segunda-feira, 15 de junho de 2009

VIVE TELHADO NUM MARASMO?

Desde adolescente que me habituei a ver Telhado a palpitar e fervilhar de entusiasmo nos desafios que lhe eram confiados. Para tudo existia solução e boa vontade. Nada ficava para trás nem deixado ao acaso. E de todos se ouvia “vamos deitar mãos à obra”; “Isto tem que ser feito”.
Mas lá foram esses tempos. Será? Eu recuso-me a aceitar que tudo muda assim tão depressa.
Recuemos à década de 80. Telhado vivia com garra; pensava-se o futuro com projectos (campo futebol, salão paroquial), dialogava-se, convivia-se, participava-se, a igreja enchia-se de crianças jovens e velhos; faziam-se grandes festas e a comunidade vivia unida.
Mas hoje em dia, vejo que não passam de boas recordações. Afinal muito tem mudado.
Mas porquê? Afinal, onde está essa vida? Porque se apoderou de Telhado este marasmo?
Entristece-me sentir este desânimo geral que se apoderou de todos; o desinteresse pelas coisas e ver que se critica (às vezes com razão) mas, no entanto, mais para destruir em lugar de criticar construtivamente.
Também eu, nos últimos anos pensei em desistir de tudo o que faço pela terra onde nasci e cresci. Mas, reflectindo no que diz o hino paroquial (Texto do Pe Linhares e música do Pe Dr. Sousa Marques):

De todo o coração,
honremos o torrão
que foi nosso berço para a vida.
Se houvermos de emigrar,
saibamos conservar,
o amor e apego à terra bem querida
”.

Apesar de “emigrado” no Porto, não desisti. Mais, ainda tenho esperança que, nesta freguesia de Telhado, volte “a vida”, o diálogo e o entusiasmo de que muitos têm saudade. É urgente mudar Telhado. Não podemos cruzar os braços, resignar e deixar que a nossa terra continue parada. A nossa inércia só nos prejudica. Pois, daqui a uma ou duas gerações, seremos “acusados” de nada termos deixado em herança, resultado da nossa cobardia em não querer lutar contra a corrente.
Neste último ano, nos contactos que tive com muitos “telhadenses” verifiquei que por trás dos queixumes, do desalento existe uma vontade muito forte para levar este “barco encalhado” a bom porto. Vi em muitos a ânsia de trabalhar, de tentar recuperar o tempo perdido. Mas falta a coragem, o alento. Foram muitas as expressões “gato escaldado, de água fria tem medo”.
Caros “Telhadenses” é tempo de reflectir e agir. Esta reflexão não é para dividir mas para acordar consciências. Vamos apontar soluções, ideias. Eu, numa próxima apontarei as minhas ideias e soluções que passam pelo diálogo, cooperação, organização e responsabilização.
Não estou contra ninguém. Quero que Telhado tenha um rumo para o futuro, onde haja encontro e não desencontro. Onde possamos ver as crianças, os jovens e os idosos acolhidos com afecto e carinho. Estas gerações devem ser um elo de ligação e transmissão de conhecimentos e experiências.
Aos internautos e emigrantes consultem o blog: telhassoltasnotelhado.blogspot.com (a funcionar a partir do dia 16). Participem com um contributo sério e honesto.
Vamos tentar mudar Telhado?
 

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