quinta-feira, 15 de novembro de 2012

AURORA FERNANDES DOS SANTOS (16-07-1921 - 08-11-2012)



Celebra-se hoje, dia 15 de Novembro,  o sétimo dia do falecimento de Aurora Fernandes dos Santos, (dia 08-11-2012), aos 91 anos. Deixou-nos após 14 anos de doença prolongada que a reteve no seu leito junto de sua família.
A sua vida pautou-se pelo serviço ao próximo e à Igreja. Mulher de silêncio, de poucas palavras mas, de muito trabalho em prol da comunidade.  A muitos ensinou a catequese, a outros a fazer flores de papel e arranjos. Transmitiu o gosto pelo canto e pela música a muitos outros. Em tempos administrava as injeções a quem se deslocava a sua casa; muitas vezes deslocava-se a casa dos doentes aplicar essas injeções. Fazia de uma verdadeira "enfermeira" tempos A maioria de nós ainda a recorda a tocar o órgão em cada celebração litúrgica com todo o ardor e dedicação.
Foi uma mulher de grande generosidade, solidariedade e sobretudo uma cristã pelo exemplo e pela partilha. 
Paz à sua alma.

domingo, 14 de outubro de 2012


ACORDAI
 
Portugal está a caminhar para dias muito difíceis. Há um mês, o povo veio para a rua demonstrar aos políticos que o povo é sereno, é capaz de suportar sacrifícios, mas com limites e com equidade. Todos estamos cansados de ouvir falar de crise.
Até agora, os políticos gastaram o nosso dinheiro, em construções megalómanas, estradas e auto-estradas paralelas, festas e festanças, foguetórios. Havia dinheiro para tudo.
Ao longo de 30 anos foi gastar por conta. Em 2005, Durão Barroso, diz que o país está de tanga e “foge” para um “tacho” que lhe dá mais dinheiro e regalias. Aliás, Miguel de Sousa Tavares escrevia recentemente: Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra”
Na nossa sociedade, infelizmente, há muitos cata-ventos. Viram-se conforme lhes dá jeito. Batem palmadinhas nas costas, dizem que sim por conveniência, aparecem e desaparecem como o fumo. Esses andam atrás do interesse próprio sem dar nada à sociedade. Aparecem com sorrisos falsos; falam só o que lhes convém; dizem palavras bonitas mas ocas de sentido porque a sua vida é em tudo contrária áquilo que afirmam. Alguns são verdadeiros lobos com peles de cordeiro. Disfarçam-se e enganam. Na hora de “dar o corpo ao manifesto”, abandonam e batem com a porta. O filho pródigo regressa à casa do Pai, arrependido. Mas esses regressam para a fotografia, para limpar a sua imagem; alguns defendem, convivem, pactuam com aqueles de que outrora, criticavam e andavam de candeias às avessas. Aqueles que se dizem lideres, responsáveis têm tentado adormecer o povo. Até preferem um povo que não pense, não discuta, não reivindique. Alguns tentam demonstrar que está tudo bem, e que o mal e o problema são os outros; esses responsáveis dizem-se que estão no bom caminho, que a verdade está do seu lado e que procuram o bem para todos.
Acordai! Não é esta a realidade em que vivemos?
 
Os últimos anos foram de um desgoverno completo. Não havia dinheiro mas era preciso mostrar obra. Logo criaram-se mais PPP (Parcerias públicas Privadas). Com o aumento destas e a obrigatoriedade de as cumprir, os políticos hipotecaram o futuro de Portugal e dos portugueses com engenharias financeiras. Chegou a de pagar, logo o povo tem que pagar.
No dia 10 um sr. deputado e ex-secretário das obras públicas vem referir na TV “tenho 47 anos e neste momento sou apoiado pelos meus pais”. É lamentável que um representante do povo desrespeite aqueles que sobrevivem com pouco mais de 200€. É este tipo de políticos que governam o nosso país!?
Os políticos não estão interessados em resolver o problema do povo. Agora que começam a falar em redução do número dos deputados, já ninguém quer perder o lugar. Agora argumentam que os partidos pequenos serão os prejudicados. Pura mentira.
É uma questão de matemática e de proporcionalidade. Eles não querem falar de coisas sérias da perda das suas regalias. Muitos
 
dos leitores dirão que não vale a pena chover no molhado. Errado, na minha opinião, aquele que tiver consciência não pode ficar calado. Todos devem exercer o seu direito de cidadão, de pensar, de agir, de exigir, de reivindicar justiça. Ficar calado é lavar as mãos como fez Pilatos. Calar é consentir. Calar é pactuar. Calar é fazer silêncio por interesse. E aqueles que se refugiam no silêncio é porque são cobardes, egoístas e não lhes convém demonstrar o que pensam.
 
A IGREJA E A CRISE
São muitos os cristãos deste país que no seu dia-a-dia, voluntariamente, em muitas instituições fazem a sua caridade, isto é, generosamente, amam o próximo, dando um pouco de si mesmo. São muitas as Instituições que no plano social matam a fome a muitas famílias que, nestes tempos, atravessam muitas dificuldades. Este é o plano de acção, no terreno de muitos cristãos. Aqui a Igreja tem tido um papel fundamental. Mas não podemos esquecer que há muitas outras instituições e particulares, da sociedade civil, que também dão ajuda aos mais necessitados. Mas sem dúvida, a Igreja, é aquela que tem uma maior rede de apoio, onde tem demonstrado a sua capacidade e generosidade.
E onde está A IGREJA na sua intervenção cívica?
Outro plano social da igreja é a sua intervenção. Não política mas cívica em prol dos mais desprotegidos (crianças, doentes, idosos). São poucas as vozes da da Igreja que ousam apontar o dedo na ferida. Muitos de nós temos presente a crise na década de 80 e o papel de D. Manuel Martins, bispo de Setúbal.
Interveio na sua diocese contra a miséria, a fome, o desemprego. Ele foi chamado o “bispo vermelho”, porque era uma voz incómoda para o poder. Aliás, D. Manuel Martins, em 02-10-2012, em relação a esta crise escrevia: “Vamos ultrapassar… Para tanto, temos que descer todos a terreno, temos que acordar (“Acordai!”), sobretudo para pedirmos aos responsáveis que assumam a sua culpa e lancem mão às ferramentas da luta”.
Ramalho Eanes, em entrevista à Rádio renascença, afirma: “acho que a Igreja deveria ter uma voz mais activa”, no que se refere à intervenção cívica. Posição contrária é a do cardeal,  D. José Policarpo que entende que o papel da igreja “é desafiar os nossos cristãos a estar atentos em vez de tomar posição solene de condenação governativas”. Mas Ramalho Eanes defende que: “Quando alguns dos filhos de Deus e alguns dos irmãos estiverem em grande sofrimento, a igreja tem que os defender. A igreja tem que ter uma voz”.
D. Januário Torgal Ferreira, bispo das forças armadas é uma das vozes que se levanta contra as injustiças e desigualdades. Recentemente, numa entrevista à TSF dizia: não é com austeridade que se salva o país” e “se o primeiro-ministro vai em frente, deixa o país fortemente desgraçado”, ou melhor “uma parte do país”.
Como referiu D. Jorge Ortiga, não sei até que ponto este povo de brandos costumes poderá aguentar durante muito tempo”.  
Por isso, ACORDA !!!! Não te deixes enganar nem influenciar.
(Artigo escrito sem aplicar o acordo ortográfico)


 

likeable stuff